sábado, 24 de maio de 2008
Índios 2
O município possui quatro aldeias indígenas (Kopenoti, Nimuendaju, Ekeruá e Tereguá), numa área de 1.060 alqueires (as aldeias estão distante 15 Km do município).
Na Reserva Indígena de Araribá moram Guaranis e Terenas.
sexta-feira, 16 de maio de 2008
VISITA AO POVO TERENA


Então me pus a questionar essa realidade, retrocedi 500 anos na história, reportei-me ao contato e busquei um paralelo.
Nossos educandos sentiram o medo, o receio à interação que se daria, formulando perguntas como: eles não vão estar nus não é? Eu disse-lhes que provavelmente não. Mas que teríamos que estar abertos para o novo e que se acaso estivessem nus a maldade não estaria em sua nudez, mas em nossas cabeças.
500 anos se passaram, os indígenas mudaram muito, sofreram muito, morreram muitos, mas resistiram, aprenderam a se organizar e se uniram numa luta em razão da sobrevivência e da resistência.
E nós Continuamos os mesmos, julgando pelo pouco que vimos ou que ouvimos. Condenando mentalmente uma postura que de fato desconhecemos ou se não chegamos a ponto de condenar, no mínimo ousamos questionar algo que não diz respeito a nós, à nossa vida.
Eles nos receberam com a mesma gentileza que receberam Cabral e para nós também dançaram, só que desta vez nós avisamos que iríamos e eles aceitaram nos receber.
Quando se dispuseram a receber diversas escolas em suas terras e nos mostrar um pouco de sua cultura, penso que estavam buscando uma forma de comunicação.
Naquele momento nós éramos os receptores, eles os emissores e a dança, o canto, o artesanato eram as suas linguagens, seus signos, os que escolheram para demonstrar sua cultura.
Esse diálogo continua sendo difícil, essa leitura ainda é controversa, o que para eles é utilitário para nós torna-se objeto de arte, o que para eles é sagrado, para nós não tem nenhum significado.
Para haver verdadeira comunicação nós, que nos dispusemos a conhecer, teríamos que nos despir de nossas verdades e tentar compreender a mensagem que nos seria carinhosamente transmitida.
A comunicação é um processo que busca afetar o comportamento do outro, nesse sentido o que será que os Terena gostariam de afetar em nosso comportamento?
Outro fator importante na comunicação é o contexto em que ela se dá. Em que contexto vivemos nós? Qual é a cultura implantada pelo neoliberalismo? A sociedade do espetáculo, como denominam os teóricos. Um mundo altamente competitivo e individualizado, onde a privacidade é constantemente invadida.
Eu me pergunto de onde vem tanto ódio? Por que? por que tanta curiosidade pela privacidade alheia ? Por que assistir Isabela noite e dia pode? e esquecer das nossas vidas pode?
Ah! Perdoem-me mas eu prefiro o espetáculo da aldeia do povo Terena. Eu prefiro olhar, escutar, sentir com todos os meus sentidos a mensagem transmitida no dia 19 de abril.
Dou-me por vencida, mesmo porque a comunicação não deixa de ser uma disputa de poder.
Torno a perguntar-me: será que é certo o povo indígena se expor desta forma ao olhar do branco, do colonizador?
Nessa longa caminhada houve um crescimento, não do indígena em si, mas da visão do branco que os enxergou ora como animais, sem almas, ora como vagabundos, sujos, incapazes.
A escola muitas vezes faz de conta que não vê e chega a fingir que os indígenas não existem mais. Diversos livros didáticos ainda trazem dizeres como “os índios caçavam”, “os índios comiam”, “os índios moravam” , como se não comessem, não caçassem, não morassem, não vivessem mais.
Por outro lado não podemos cobrar comportamentos politicamente corretos de nossos irmãos, não nos cabe atirar pedra no telhado do vizinho, haja visto a fragilidade de nosso teto.
Nós nunca estivemos tão desorganizados politicamente, a exemplo das relações trabalhistas, conquistadas a custa de tanta luta, sendo colocadas por terra. O desemprego estrutural, o aumento da exploração e da miséria.
A educação em vias da privatização e nós educadores continuamos desunidos, furando greves.
Nossos irmãos indígenas vêm tomando a educação em suas mãos, lutando por uma educação bilíngüe.
Há ainda mais um item que eu gostaria de discorrer aqui, é quanto a ser ou não índio de verdade. Alguém já ouviu falar em português de verdade, americano de verdade, italiano de verdade?
Comer uma pizza nos torna menos brasileiros?
Um índio fora da aldeia já não é mais índio?
Quem foi que disse que o indígena é obrigado a andar pelado?
Porque é que se cobra do indígena uma cultura estática? Porque nós é que decidimos o que é ser
“índio bom” ? E isto para nós ora é ser aculturado, ora é ter resistido ao processo de aculturação.
Ora! E o povo indígena não tem querer, não tem voz, não tem poder sobre sua própria história?
Se é correto ou não se “despir” frente ao branco, acolhe-lo gentilmente, se é certo cantar para ele, dançar, se pintar. Quem tem que decidir isto é o próprio povo indígena.
Espero que decisões assim sejam tomadas num processo democrático, como presenciei na aldeia do povo Karipuna no Amapá. Mas se não for possível, que seja como bem queiram, porque são eles afinal os verdadeiros protagonistas de sua história.
É pena que muitas vezes nós não consigamos desvendar os signos e apreender o verdadeiro significado, compreendendo a mensagem.
Para mim o importante é proporcionar aos educandos esta rica experiência de conviver com a diversidade, de questionar o etnocentrismo, de desconstruir e reconstruir através da reflexão.
Nós, desta vez não fomos em terra estranha buscar ouro, portanto, não encontramos. Eu, porém ainda acho que poderíamos ter encontrado ouro se estivéssemos abertos à comunicação. Vejamos por exemplo a dança apresentada, em nada se parece com a “ciranda neoliberal”.
O canto em uníssono, a dança sincronizada em nada se assemelha a competição, ao individualismo. Muitos valores estavam implícitos naquele dançar e ao nosso senso passaram despercebidos.
Egocentrados, etnocentrados, seguimos nossa viagem.
quinta-feira, 31 de janeiro de 2008
MELANCOLIA
quarta-feira, 30 de janeiro de 2008
PRIMEIRA CARTA

Meu amor
Não me recrimine por chamar-te assim. Você nem sabe o que é amor para mim, conceitos, filosofias, teorias...
Esse é nosso mundo ,******! Um reinado onde tentamos definir, conceituar, entender.
Venho aqui para declarar meu amor por você. Esse que sublimei na arte que nada vale, mas vale tudo que senti, sonhei, viajei, delirei.
Criatividade vinda da pobreza de dinheiro e da riqueza de experiências. Pobreza que roubou minha auto-estima e reforçou meu orgulho. Paradoxos!
Meus poemas resumem tudo que sinto, nada preciso explicar.
Continuo aqui como amiga, se um dia precisar eu estarei aqui.
Meu irmão, gostaria de contigo ler todas as poesias do mundo, ouvir todas as peças musicais, assistir todas as peças de teatros, rir por toda a vida de todas as comédias assistidas
Acreditei, acreditei, continuo acreditando
Às vezes gostaria de compreender o dito: “você não precisa se preocupar”. Mas não ouso mais perguntar, na minha, sigo minha história.
Não se preocupe, não te abordo mais, nem pessoal, nem virtualmente.
Não é porque você é mistério, mas sim porque parece integro, sincero e sensível que me apaixonei.
Seguirei meu caminho, sempre te desejando o bem.
Fisicamente há distância e há ausência, mas em energia, em pensamento, em espírito estarei sempre por perto torcendo por ti, vibrando boas energias te desejando tudo de bom
Eu te amo!
Cássia , 05/12/2007
terça-feira, 29 de janeiro de 2008
SÍNDROME TRISTE

Percebi a dor
Que habita em ti
Essa mesma dor
Eu passei sentir
Sem saber porque
Observei
Pelo teu olhar
Pus -me a penetrar
Em ti mergulhei
Profundamente
A principio
Tão intensamente
Que esqueci de mim
Neste mergulhar
Percebi seu esconder
Disfarçar a dor
De forte se fazer
querer ser
seu vencedor
Cansada e vencida
li o seu cansaço
Seu sorriso ralo
colapso
Sinto minha vida!
Você não me quis
Nem posso tentar
Te fazer feliz
Estais perguntando
Se adivinhei
De coração chorando
Te direi:
A síndrome?
Sim eu sei!
Que te assola a alma
Sinto...,
Sem razão de ser.
A ostra perene
De lama envolta
Opaca e rude
No escuro esconde
Aquela que clamo
Para ser feliz.
Para! respira fundo
Pois ela reluz
MEMÓRIA II

As da infância esquecidas
Não lembro bem
Recalcadas, retorcidas
Vão além, muito além
Da vida.
Recônditas, comandam almas
Iminentes, invocadas
Surgem embaraçadas
Por um olhar, um sentir
Um tocar, um ouvir
No ínfimo instante
Eu te reconheço em mim
Vital, natural,
Gravado para a eternidade
Transcende o agora
E vem do longínquo,
Pretérito
E transmigra, companheiro
Mas tu não me reconheces
Não lembras, não sabes.
A pedra, a árvore e o animal
O elemental, e tanta gente,
Fostes e é o tesouro que é:
Memória, Memória
De nada vale se me olha
E não me vê
Sei que tenta
Que me procura
No fundo de meus olhos
Além da alma
Mas não me vês .
De que vale tanta visão,
Tanto saber,
E o amor,
Se não houver
Memória?
Príncipe

Por vezes nem ao menos tocar
Mas ao príncipe foi dado o poder
De acender, ressuscitar.
Não princesas, mas rainhas,
Quase bruxas talvez
Congeladas pela dor
Do tentar e não acontecer
Uma, duas, muitas vezes
E não é pelo que é em si
Mas pelo que representa
Promessa de hombridade
Ética, sinceridade
Disto que o mundo se faz carente
Que no homem está ausente
E em ti tão eminente reluz
Ilumina, acende a chama
Do sonhar, do par, final feliz
Resta tão pouco tempo
O príncipe permanece só
Neste lento caminhar
E eu no momento a sonhar,
segunda-feira, 28 de janeiro de 2008
O meu desejo é viver ao teu lado por toda a vida! Te amo gato.
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Alguém especial pra mim
Que se desnuda e diz
Tem certeza que me queres:
Sou assim
Mas o que vejo...,não!
Não é isso que me pões.
Sim, certo que é com olhos de amor
Meio cegos de paixão
Mas mesmo que não fosse...
Meu olhar tem poder especial
De ver onde ninguém vê
O teu também quer ter esse poder
De querer ver além
De ler a alma
Meus olhos te lêem
E tendo te visto assim
Desnudo e frágil
Digo-te:
És lindo
Quero-te muito.
Assim como tu és
Forte o bastante pra se mostrar real.
FILOSOFANDO SOBRE A MEMÓRIA

A memória é bem mais
Que as impressões de Freud
Um engano como o de Breuer
Um início. Um recomeço.
Como o sal de Freire
E todo o resto do tempero?
Onde é que está?
Na psique, No âtman?
Desde que a mônada
Esteve junto ao mineral
Vegetal, Animal, Elemental
Eis aqui no hominal!
Toda a memória
Não só da infância, esquecida
Mas também essa,
Além de que, as de outra vidas.
domingo, 27 de janeiro de 2008
Água
C..!!!...C..!!!...C..!!!...C..!!!...C
H..!!!...H..!!!...H..!!!...H..!!!...H
...............U
...............E
...............D
...............A
.................D’ÁGUA
CACH
........CH
.........CH
...........CH
..............CHOEIRA .
C
A
SSSSSSSSSS
...............C
...............A
...............T
...............A.
.......N...................N.......................N............................
...O......D........O.........D..........O...........D.....................
ESSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSPUMA,
Bruma, neblina, nuvem
Rio , riacho, ribeirão
Mar, marola , maresia
Sede, vida, criação.
Um dia o não
Faço coisas que nunca fiz
Em nome de um amor
Que nunca senti
Fantasio você em mim
Sonho tocar-te a fronte
Devaneio
Receio de um não
que já ouvi
e não doeu
Sonho acolher-te
em meu seio
contemplar-te
adormecer
delírios, desvairio
tocar-te os lábios
com os meus,
Meu sábio!
Minha utopia
psicanálise
filosofia
esse seu mundo
que também é meu
No seu castelo
Não sou rainha
Triste sina a minha
Aprendiz, me fiz
Comanda meu amo;
Me diz
Que foi que fiz
Não mereço ser feliz?
quarta-feira, 23 de janeiro de 2008
Renascimento
segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
CAMINHANDO ENQUANTO VOLTAVA DA FACULDADE...
NOITE FRIA
Hoje a lua clara
clareava o dia,
imensamente quente.
E na noite escura
eu caminhava tendo
você em minha mente.
E o frio por companheiro.
Sonhos, delírios, devaneio
Eu te amo!
Na noite fria,
imaginando,
fazendo versos
que pelo caminho
eu esquecia.
Tantas rimas,
tanto a te dizer,
o tempo termina
e eu me calo.
A vida é curta,
não temos tempo,
só duvidas...
Quisera ter certezas,
ser apoio,
companheira.
Mas a incerteza
me rodeia,
não ata nem desata,
precipício,
despenhadeiro.
de ti só trago
a lembrança
alcoviteira,
nem um trago
do vinho amargo
ou do cigarro,
do sorriso parco,
do olhar perdido,
da ameaça.
só a lembrança que
insanamente me permite
a esperança.
Não permita
Findar o prazo
De um sonho raso
sem porvir
Esperança

Um ano que passou
Um amor que não vingou
Mas, abriu caminho
Derrubou espinhos
Uma etapa que finda
Ainda que tardia
Fictício, sacrifício
Ausência que isenta
Visão que clareia
Areia da praia
Mata virgem
Vertigem
Paixão que incendeia,
Incendiava
Quiçá, o mar,
O amor verdadeiro
Encandeia
Serena sereia
Teu caminhar
Oxalá!
Não mais o pranto
mau entendido
medo, quebranto
espera,
quem dera! encontro
O canto, acalanto
Um ombro
Recosto
Um rosto, um agrado
Selinho, selado
sonhado
terça-feira, 15 de janeiro de 2008
O ter em detrimento do ser, a inversão de valores e a perfeição idealizada pelos olhos do amor .
Reflexão sobre o atentado as Torres Gêmeas

Por medo as feras atacam
e os homens se escondem.
As feras atacam coagidas
para se alimentar.
Os homens atacam por orgulho,
ódio, vingança...
As feras perseguem muitos,
mas o alvo é um,o necessário.
O homem sacrifica muitos
para atingir seu alvo,
mesmo que seja único
ou imaginário.
A fera se alimenta
e fato posto
O homem cria memorial
e comemora o ato,
mesmo que em repúdio
A fera está em extinção.
O homem se adapta ao meio,
caça fêmea na internet
A fera permanece
em seu instinto a milênios,
sem sentimentos
Ah! o homem este evolui...
É capaz de construir imensos arranha-céus
e enormes aviões.
E de destrui-los ,
chocando-os uns contra os outros.
Como se fosse uma criança a brincar.
Cássia -9/9/2007- 12:42
domingo, 13 de janeiro de 2008
Esse é o amor para o qual me exercito
Quando falo em amor
Não explicito posse
Se acaso fosse
Tu serias território
Onde com labor
Plantaria minha história
Quando penso amor
Não especifico tempo
Algo que invento
Pra te controlar
Senão imaginaria formol
E tu não irias passar
Quando vivo amor
Não implico ordem
Forças que se medem
Submeter, calar
Escravo de um mando
Que pode acabar
Não meu amor
O que sinto é verdade
Não acaba não
No por enquanto
Da hora , do tempo
Que não sei medir
E o tempo é intenso
Profundo.
Neste território que
Se chama mundo,
No por enquanto
Da hora, no agora
Agora, a querência é a senhora
Do querer estar
Onde os escravos podem voar
E voltar
E serão bem-vindos
Para simplesmente amar.
O amor que de mim emana
Não é instituição
Conceito criado.
É relação, viver
Conviver, rever-te
Muito bem cuidado